quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Afinal, é o que ocorre dentro da cabeça

Nova publicação em Ciência do Cérebro

Afinal, é o que ocorre dentro da cabeça

by Luciane Simonetti

Desde a época da faculdade quando me prestei a escrever um artigo sobre Cognição percebi a dificuldade nos mais diversos desdobramentos que tive de fazer em torno deste conceito. Difícil de acreditar, mas definir cognição é tão ou mais difícil do que disfarçar que você sabe o segredo do seu amigo, mas ele não sabe que você sabe, e você sabe que ele não sabe que você sabe. Complicado isso aí!
Falando seriamente, se fizermos uma análise linguística do termo seria muito difícil escapar de contradições ou incongruências, e a ideia aqui é justamente enxugar os excessos. Já me debrucei sobre este tema aqui quando falei sobre Desenvolvimento Cognitivo, mas sinto falta de mais esclarecimento.
Então vamos a um pouquinho de história: tudo começou quando psicólogos de tempos longínquos questionaram qual seria o objeto de estudo da psicologia. Foram muitas as influências e transformações nessa área, até que na década de 50 aconteceu o que ficou conhecido como Revolução Cognitiva, e daí surgiu também a Psicologia Cognitiva. Até hoje questiona-se quem realmente tenha sido o fundador, porém, o nome mais associado ao movimento é Ulric Neisser, que em 1967 quando publicou a obra Cognitive Psychology foi o primeiro a utilizar o termo cognição e o definiu como aquilo que se refere a:
“[...] todos os processos pelos quais o input sensorial é transformado, reduzido, elaborado, estocado, recuperado e usado.”
Notem que este é um conceito também utilizado para definir memória, e por isso, origem de algumas confusões conceituais.
Existem diversas abordagens que tratam do tema relacionado à cognição, como a Psicologia Cognitiva, que se preocupa com o modo como as pessoas pensam e adquirem conhecimento sobre o mundo, além dos processos cognitivos relacionados ao comportamento humano; a Terapia Cognitiva, abordagem psicoterapêutica cuja visão homem-mundo está baseada no modo como as pessoas pensam, e em como esse pensamento influencia nossos sentimentos e comportamentos; as Ciências Cognitivas, área do conhecimento interdisciplinar que se preocupa com o estudo da mente do ponto de vista filosófico, psicológico, das neurociências, e da inteligência artificial. Complicado, né?
Essas são áreas do conhecimento com suas especificidades, mas todas oriundas de uma única corrente conceitual, filosófica e metodológica denominada Cognitivismo, consolidada após a Revolução ocorrida na década de 50, como já mencionado. Ou seja, todas beberam da mesma fonte, mas possuem aplicabilidades específicas.
Sem mais rodeios, vamos tentar tornar esse conceito algo mais palpável e utilizarmos o que todas elas têm em comum para entender melhor o que seria a cognição. Assim, eu diria: 
Cognição é tudo aquilo que ocorre dentro da cabeça.
Sim. Uhum. Isso mesmo!
Cognição é um conjunto de habilidades mentais que usamos o tempo todo. E eu diria mais! Diria que cognição está diretamente relacionado com nossos sentimentos e o que fazemos com isso, ou seja, como nos comportamos diante de uma habilidade cognitiva.
Falando nisso, aquele segredo que a gente guarda sobre nosso amigo é também uma habilidade, viu! Habilidade evolutiva que nos manteve vivos até hoje. Um dia conto melhor essa história.
Luciane Simonetti | 27/10/2013 às 22:04 | Categorias: Neurociência | URL: http://wp.me/p2xxbS-6x
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