Vasconcellos, Celso dos S. Currículo: A Atividade Humana como
Princípio Educativo. São Paulo: Libertad, 2009, p. 245-246.
Parafraseando...
O que se espera é que os educadores e educandos sejam sujeitos de transformação, abrindo novas possibilidades na forma de ser da escola e do currículo.
O que está sempre em questão é o avanço objetivo e subjetivo. Em termos de atitude,
apesar dos riscos de sermos mal interpretados, o motor deste avanço pode ser
expresso numa palavra: amor. Como dizia Renato Russo, na Música Monte Castelo:
Ainda que eu falasse a língua dos homens/E falasse a língua dos anjos,/Sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor. Parafraseando, afirmo:
Ainda que eu participasse da construção do Projeto Político-Pedagógico da minha instituição, que ajudasse a construir o Quadro de Saberes, ainda que participasse de seminários e congressos, fizesse pós-graduação, ainda que trabalhasse com um currículo não-disciplinar, com projetos ou temas geradores, criasse dispositivos pedagógicos inovadores, ainda que tivesse alunos com necessidades educativas especiais, ainda que
fizesse trabalho voluntário, ainda que não trabalhasse mais com a reprovação como alternativa...
Se não mudasse a postura, se não acreditasse que um outro mundo —onde todos tenham lugar— é possível, se não estivesse profundamente convencido de que todo ser humano é portador de uma dignidade inalienável, que todo ser humano é capaz de aprender, se não procurasse estar inteiro naquilo que faço, se não acolhesse cada aluno em sua singularidade e complexidade, se não me comprometesse com produção de um currículo que favorecesse a efetiva aprendizagem, desenvolvimento humano e a alegria crítica (docta gaudium) de todos, enfim, se não tivesse amor, eu nada seria como pessoa, como cidadão e como educador!
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