sexta-feira, 7 de agosto de 2015

PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL:




 a complexidade da profissão em seu movimento na vida cotidiana



Destaco e tenho procurado mostrar a complexidade que a profissão professor(a) de educação infantil está encharcada, a mesma se mostra muito diferente de outros campos profissionais, isto em relação as suas especificidades em seu movimento na vida cotidiana.

Se tomarmos, por exemplo, a profissão de um médico, este atende o paciente individualmente no consultório, ou quando não, anestesiado, pode ficar horas em uma cirurgia sem interagir com o paciente. O advogado faz sua defesa no tribunal com o réu ou a vitima em silêncio, realizando a defesa ou a acusação por ela, o cliente está presente, porém tem pouca ou quase nenhuma participação.

O professor recebe e atende todas as crianças juntos, 15, 20 ou 25 ao mesmo tempo, em diferentes movimentos por 8, 10 ou 12 horas diárias. As crianças se apresentam por inteiro, um movimento que revela todas as dimensões humanas afloradas no dia a dia. O professor precisa interagir com todas ao mesmo tempo, ouvindo-as, conversando com elas, explicando diversas vezes a mesma coisa.

Vimos no dia a dia um movimento sem fim, na sala de referência, pátio ou parque. Não estou colocando uma ou outra profissão, como melhor ou pior, mas querendo mostrar o quanto é complexa a profissão docente no seu fazer-fazendo cotidiano. Isto especialmente pelo motivo de que, cada criança tem uma vida fora da instituição e um dos elementos que mais conta no sucesso da ação educacional-pedagógica é a possibilidade de compartilhar a experiência que cada uma traz e, expressa em suas interações, que são intensas e extensas.

Altino José Martins Filho (trecho da palestra "Minúcias da Docência)




Altino José Martins Filho

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