Aprendizagem de uma criança com síndrome de Down
Para BASTOS, o portador da Síndrome de Down é capaz de compreender suas
limitações e conviver com suas dificuldades, “73% deles tem autonomia
para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o
que deve ser feito.” Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses
indivíduos de participar e interferir com certa autonomia em um mundo
onde “normais” e deficientes são semelhantes em suas inúmeras
diferenças.
O portador da síndrome tem somente um ritmo de aprendizagem mais lento ,
cujas etapas precisam ser respeitadas. Inteligência , memória e
capacidade de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados.
Como a criança portadora da Síndrome de Down apresenta seus níveis de
desenvolvimento mais lento, quando comparados às crianças “normais”,
cabe aos pais e educadores dessas crianças a função de estimulá-los por
meio de atividades lúdicas, visando prepará-los para a aprendizagem de
habilidades mais complexas.
Os portadores da Síndrome de Down são capazes de atuar em níveis muito
mais elevados do que se acreditava anteriormente. Dentro dos limites
impostos por sua condição genética básica, há uma gama de variantes
intelectuais e físicas. Uns têm comprometimento maior do que outros, mas
mesmo os de Q.I. mais deficitário surpreendem (SANTIAGO et al., 1997,
s.p.).
A educação da criança com Síndrome de Down deve começar a partir do
nascimento, com uma estimulação capaz de integrá-la progressivamente ao
meio ambiente e à vida social. Algumas experiências têm demonstrado que o
progresso dos alunos que foram estimulados desde bebés é mais acelerado
do que os que receberam tardiamente.
A criança com Síndrome de Down têm idade cronológica diferente de idade
funcional, desta forma, não devemos esperar uma resposta idêntica à
resposta da “normais”, que não apresentam alterações de aprendizagem.
A prontidão para a aprendizagem depende da complexa integração dos
processos neurológicos e da harmoniosa evolução de funções especificas
como linguagem, percepção, esquema corporal, orientação têmporo-espacial
e lateralidade.
É comum observarmos na criança Down, alterações severas de
internalizações de conceitos de tempo e espaço, que dificultarão muitas
aquisições e refletirão especialmente em memória e planificação, além de
dificultarem muito a aquisição de linguagem.
Crianças especiais como as portadoras de Síndrome de Down, não
desenvolvem estratégias espontâneas e este é um fato que deve ser
considerado em seu processo de aquisição de aprendizagem, já que esta
terá muitas dificuldades em resolver problemas e encontrar soluções
sozinhas.
Outras deficiências que acometem a criança Down e implicam dificuldades
ao desenvolvimento da aprendizagem são: alterações auditivas e visuais;
incapacidade de organizar atos cognitivos e condutas, debilidades de
associar e programar seqüências.
Estas dificuldades ocorrem principalmente por que a imaturidade nervosa e
não mielinização das fibras pode dificultar funções mentais como:
habilidade para usar conceitos abstratos, memória, percepção geral,
habilidades que incluam imaginação, relações espaciais, esquema
corporal, habilidade no raciocínio, estocagem do material aprendido e
transferência na aprendizagem. As deficiências e debilidades destas
funções dificultam principalmente as atividades escolares:
No entanto, a criança com Síndrome de Down têm possibilidades de se
desenvolver e executar atividades diárias e ate mesmo adquirir formação
profissional e no enfoque evolutivo, a linguagem e as atividades como
leitura e escrita podem ser desenvolvidas a partir das experiências da
própria criança.
Do ponto de vista motor, hipocinesias associada à falta de iniciativa e
espontaneidade ou hipercinesias e desinibição são freqüentes. E estes
padrões débeis também interferem a aprendizagem, pois o desenvolvimento
psicomotor é à base da aprendizagem.
As inúmeras alterações do sistema nervoso repercutem em alterações do
desenvolvimento global e da aprendizagem. Não há um padrão estereotipado
previsível nas crianças com Síndrome de Down e o desenvolvimento da
inteligência não depende exclusivamente da alteração cromossômica, mas é
também influenciada por estímulos provenientes do meio.
No entanto, o desenvolvimento da inteligência é deficiente e normalmente
encontramos um atraso global. As disfunções cognitivas observadas neste
paciente não são homogêneas e a memória sequencial auditiva e visual
geralmente são severamente acometidas.
A aprendizagem tem sempre que partir do concreto, pois segundo a
experiência de Cecília Dias o Down tem dificuldade de abstração. Na
alfabetização e no ensino da matemática, por exemplo, símbolos podem ser
aprendidos com certa facilidade, embora seja difícil associá-los a
conceitos e a quantidades. O processo de abstração é lento e difícil,
mas possível. O aprendizado não pode ser isolado. Tem que acompanhar a
vida prática tem que ser inserido num contexto real, em que o Down possa
perceber o seu significado concreto, na vida real.
http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/aprendizagem-do-aluno-com-sindrome-de-down/
Atividades :
• Coordenação motora fina e grossa
Carimbar os dedos, carimbar toda à mão, alinhavar, seguir o caminho,
amarrar o cadarço, empilhar blocos, pintar, desenhar, recortar, rasgar,
amassar, colar, apertar, dobrar, lavar copos ( plásticos).
• Cores = vermelho, amarelo, verde, azul
Nomear as cores primárias, trabalhar individualmente as cores, com
recortes colagem , pinturas, separar as cores e trabalhar grupos para
esta atividade é interessante trabalhar com blocos lógicos, separar os
blocos por cores, nomear as cores, alimentos com estas cores , exemplo
maçã para o vermelho, banana para o amarelo, enfim…
• Formas
Quando bem assimilado as cores e ainda utilizando os blocos, trabalhar
as formas geométricas simples como triangulo, retângulo, quadrado,
circulo, montar formas como palhaço, trem, primeiro com os blocos na
brincadeira e depois no papel como colorir o triangulo de vermelho…
• Alfabeto
Em forma de música, vídeo, e parlendas animadas apresentação e
assimilação do alfabeto, na sua sequencia e fora dela, existem vários
dvds que estimulam essa proposta como xuxa só para baixinhos, a galinha
pintadinha, de uma forma lúdica e divertida atrai a atenção e ajuda na
assimilação de todas as letras do alfabeto.
• Inicial do nome próprio
Depois da assimilação do alfabeto, retirar a letra inicial do nome da
criança do contexto e trabalha-la separadamente, com tentativas de
grafia e ligando a letra do nome com outras palavras por exemplo J de
José também é J de janela, trazer figuras, pois as crianças com down
necessitam desse apelo visual para melhor fixação pois o seu cognitivo
não é totalmente desenvolvido.
• Alfabetização
Nesse processo, como nos anteriores a imagem e o concreto ainda é o
carro chefe pois ajuda a criança ligar o objeto ( figura) ao nome
(palavra), uma atividade que ajuda e facilita , é etiquetar tudo ,
porta, mesa, cadeira, janela, armário, livro, enfim tudo… e ir
trabalhando as palavras chaves ( etiquetadas e na vista da criança) em
jogos como memória, bingo, e assim ela vai se apropriando da grafia
ligando a imagem do objeto em questão, nessas “brincadeiras” estimular a
grafia.
• Matemática
Começar com agrupamentos por cores, espessura, tamanhos, formas,
trabalhar primeiro os símbolos 1, 2, 3, 4, 5, ligar estes símbolos aos
dedinhos da mão , com músicas brincadeiras, depois inserir quantidades
num primeiro momento até 5 pois é de fácil assimilação, quando este
conceito estiver bem inserido na criança estimular até 10 e assim por
diante.
• Conceitos
Alto/baixo , trabalhar com comandos mesmo no dia-a-dia : pegue o boneco mais alto ( baixo)
Em cima/ em baixo : coloque a pasta em baixo da mesa…
E assim com os demais conceitos, com exercícios de repetição, de uma
forma lúdica e constante. Neste momento pode-se até inserir a folha, no
entanto o fazer é mais fácil do que se expressar através do papel.
FOnte: http://fernandabertgalvao.wordpress.com/2011/06/19/aprendizagem-de-uma-crianca-com-sindrome-de-down/
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