no desenvolvimento e aprendizagem das crianças.
A família tem sido e é a influência
mais poderosa no desenvolvimento da personalidade e na formação da consciência
na criança. Assim, podemos dizer que elas precisam sentir que fazem parte de
uma família, pois ela é a base de qualquer pessoa na infância e, é nela que a
criança encontra um espaço natural para o seu desenvolvimento moral e afetivo.
O papel da família modificou-se ao longo do tempo. Atualmente as
famílias são organizadas de diversas maneiras e o compromisso de educar em um
ambiente onde o diálogo e o amor prevaleçam está sendo cada vez mais afetado.
O bom relacionamento familiar e a convivência prazerosa é o grande
segredo para o crescimento do respeito mútuo. Essas situações comprovam que a
educação familiar é a verdadeira árvore da ciência, cujos frutos alimentam a
criança tornando-a cidadã consciente de seus direitos e deveres.
As famílias educadoras, que levam a sério sua missão na arte de educar,
precisam lembrar que a criança é um ser humano, com necessidades físicas,
psíquicas e sociais a serem supridas; é dependente e precisa ser tratado sem
humilhações e castigos, ser orientada com critérios de verdade e justiça;
precisa de afeto, de elogios, incentivos e sorrisos para a construção de seu
caráter.
Algumas famílias estão desgastadas em seus laços afetivos e o lar passou
de um centro gerador de vida e diálogo para uma agitação e desencontros, quando
não apenas um ambiente em que as pessoas se fazem presentes somente enquanto
dormem. Os espaços dedicados ao convívio comum nas casas foram reduzidos e os
quartos foram ampliados e mobiliados segundo as características de cada família
e de seus membros. Há falta de espaço comum para o encontro das famílias.
Dentro do próprio lar os espaços foram se individualizando. Os quartos passaram
a ser pequenas residências, dentro da grande residência, com televisão,
computador e outros objetos, além da cama e do guarda-roupa, onde é passada a
maior parte do tempo e com isso perde-se muito no convívio familiar. A sala de
refeições, de estar e a cozinha; espaços que seriam para a troca de
experiências e para a manifestação de sentimentos e de partilha, ficam
vazias.
No decorrer da história, muitas mudanças foram marcando a educação e com
a chegada da modernidade e transformações sociais chegamos a um modelo familiar
que oferece amor incondicionado, um refúgio do mundo considerado estranho,
competitivo e ameaçador. Vivemos uma cultura emocional, sentimental baseada na
superproteção, onde se recompensa sem merecimento, se permite sem critérios e
se defende sem a preocupação de considerar os fatos.
Tudo isso vem trazendo preocupação para a escola que entra como parceira
na responsabilidade de educar, já que ela tem o compromisso de oferecer
parâmetros para os alunos crescerem como seres humanos capazes de tomarem
decisões e de agirem como protagonistas de sua própria história, oferecendo uma
educação contínua e permanente.
Sentimos que as crises da educação brasileira provem da falta de um bom
relacionamento entre a escola e a família. Os valores da família precisam vir
de encontro com os da escola para que as crianças percebam e aprendam com as
atitudes e modelos convergentes entre as duas instituições e isso muitas vezes
não é possível, porque a cultura da intolerância e parcialidade foi instalada
entre essa relação.
Alguns desafios precisam ser enfrentados para que a educação aconteça de
maneira efetiva. Escola e família precisam andar juntas para ajudarem na
construção do caráter das crianças e para que isso aconteça é necessário que
ambas estejam informadas sobre o ensino-aprendizagem adquirido pelas crianças,
que a família colabore com os educadores para tornar mais coerente e eficaz a
atuação escolar, que se mostre interessada pelas atividades realizadas pelos
filhos na escola, que valorizem a instituição de ensino escolhida, os
conhecimentos e habilidades que propicia, para criar nas crianças hábitos de
respeito e uma expectativa positiva ao conhecimento adquirido e socializado,
que expressem em palavras e atitudes a confiança que têm em relação a escola e
em seus profissionais, que procurem saber o que a criança realizou e como foi o
seu dia, que zelem por uma relação de carinho e respeito com os educadores,
pois a opinião da família influi sobre os filhos; que observem os materiais
escolares e auxiliem as crianças nas tarefas de casa, que procurem resolver
problemas entre família e escola e, por fim reforcem sempre a autoestima e
autoconfiança dos filhos.
É de fundamental importância a família ter tempo para as crianças, ser
exemplo de comportamentos (pontualidade, respeito, amor, gratuidade,
disciplina, tolerância, sinceridade, verdade…) e oferecer espaços à liberdade
de pensar e agir. Saber dizer “não”, introduzindo-as no mundo real, fazendo-as
pensar no que foi negado para que amadureçam com sabedoria. A educação não
depende de si mesma, mas principalmente do papel que a família desempenha
dentro, fora e junto à escola.
A família precisa ajudar a criança a descobrir-se como pessoa,
desenvolver suas potencialidades para que, no futuro, possa aplicar, de modo que
ela se perceba como um agente transformador, que transforma e é transformado
por esse meio. A família é lugar de viver a experiência de conviver com
as diferenças de idade, temperamento, relações interpessoais marcadas pela
colaboração, tolerância, serviço, aceitação, solidariedade, limites e
potencialidades. Esse processo só poderá ocorrer por meio da família
primeiramente e da escola como responsável por dar continuidade a esse
trabalho.
É no aconchego da família e da escola que a criança vai construindo sua
consciência/caráter, se socializando, se educando para enfrentar a realidade e
as dificuldades na sociedade, tornando-se uma pessoa consciente e crítica.
Tanto família, quanto escola influenciam nas atitudes das crianças. Elas
buscam respeito como gente que pensa, age, ama e sofre. A educação torna-se a
ligação da família e da escola, com a esperança de um presente e futuro menos
doloroso, modificando a cultura e os costumes da sociedade com maior percepção
de seus direitos, deveres e a liberdade como cidadãs.
Na família e na escola, onde existe o amor que dialoga, o amor que
abraça, que perdoa, que ouve com os ouvidos do coração, que auxilia as crianças
a aprender valorizar e a ter projetos de vida, lutar e procurar manter acesa a
chama do amor em todos os seus atos e atitudes é possível construir uma
consciência crítica, capaz de enfrentar as dificuldades e ir a busca de um
mundo onde prevaleça a justiça.
Equipe Interação
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